Agradecimento da Chapa reeleita Avançar na Organização Consciência e LUTA!

Agradecemos todos aqueles que nos apoiaram durante a campanha, que divulgaram nossas propostas aos seus colegas, e aqueles que acreditaram e nos deram um voto de confiança para permanecermos mais um ano organizando conscientemente a luta dos estudantes e trabalhadores no Parobé. Porem precisamos dizer que não entendemos este processo eleitoral que vivenciamos como uma simples disputa entre propostas de estudantes. Entendemos como uma disputa entre um programa de luta em defesa e pela conquista de uma educação pública, popular, gratuita e de qualidade, contra a apatia e adestramento da consciência dos estudantes perante os ataques ao ensino público e aos trabalhadores, praticado pelos governos Lula, Yeda e Fogaça a serviço dos empresários. Em suma o que estava em jogo era os interesses históricos dos estudantes e trabalhadores versus os interesses dos empresários. Felizmente os estudantes do Parobé já estavam “precavidos” destes métodos e “promessas” e souberam distinguir entre os seus interesses e os de seus inimigos. No fim prevaleceu as propostas de uma gestão combativa, classista e independente para avançarmos na organização, consciência e luta.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A crise capitalista e as tarefas do movimento estudantil

A realidade atual não é nada alentadora para os estudantes. Estes sofrem com o sucateamento do ensino e com a falta de perspectivas na sociedade, principalmente a falta de empregos. Na sua maioria, são candidatos a futuros desempregados. Vemos o ensino público ser paulatinamente desmontado por todos os governos, estaduais ou federais. As verbas que deveriam ser para a educação e outros serviços públicos são canalizadas para as empresas privadas. Nas escolas públicas falta tudo: professores, funcionários, materiais, manutenção. Enquanto isso, o governo Lula compra vagas nas universidades privadas para salvar os empresários da educação particular da crise. Os estudantes sofrem, como cidadãos e como alunos, a falta de perspectiva de emprego, os baixos salários, a péssima qualidade do ensino, o aumento das passagens de ônibus e dos alimentos.

Essa política contra o povo e em benefício do capital não é exclusiva deste ou daquele governo mas de todos os governos: FHC, Lula, Yeda, Fogaça. Somos testemunhas da tentativa atual de Yeda de destruir o plano de carreira do magistério. Isso é uma afronta que atinge a todos os trabalhadores, em primeiro lugar os professores e estudantes. Os professores merecem todo o nosso apoio contra essa truculência do governo Yeda.

A crise econômica atual tem representado o aumento do desemprego e deve trazer ainda muito mais sofrimento e privações aos trabalhadores e estudantes. De início, Lula tentou dizer que a crise era de Bush, que a economia brasileira tinha fundamentos sólidos. Queria enganar, mais uma vez, o povo. O Brasil é extremamente dependente da economia mundial e a política do governo consiste em, exatamente, aumentar essa dependência. A crise recém está começando e já as conseqüências todos estão vendo. Devemos nos preparar para ataques muito maiores. Lula tem se preocupado apenas em salvar as grandes empresas, principalmente os bancos e as montadoras de automóveis, que já receberam centenas de bilhões de reais, enquanto os trabalhadores perdem os seus empregos sem que o governo nada faça.

Esses problemas sociais não terão solução enquanto o capitalismo subsistir. As crises periódicas são parte desse sistema desde o seu nascimento. São parte também do capitalismo o desemprego, a corrupção, os baixos salários, a precarização dos serviços públicos, - em particular, da educação - a fome e a miséria. Todas as nossas lutas pela melhoria do ensino devem visar a destruição do capitalismo. E isso não é tarefa apenas para os estudantes. Estes precisam unir-se com os trabalhadores.

Um exemplo disso foi o ato do dia 30 de Março em frente ao Palácio do Piratini onde milhares de trabalhadores e estudantes se uniram para lutar contra as demissões, a redução de salários e direitos, o sucateamento da educação de Lula e Yeda e o Capitalismo. Estiveram presentes cerca de 30 estudantes do Parobé que compreendem a importância de sua participação ativa nas lutas e que atenderam o chamado do GEPA a não voltarem para a aula depois do recreio e que fossem a LUTA!


Porem, alem de participarem das lutas os estudantes devem estar conscientes da importância destas lutas e amplamente organizados em sua escola

O GEPA fará um esforço para criar um Conselho de Representantes composto por representantes eleitos em cada sala de aula e por criar um grêmio aberto e democrático que faça estes debates com os estudantes e avancem em suas consciências. Da mesma forma, os estudantes devem organizar-se nacionalmente. No passado, esse papel já foi desempenhado pela UNE e pela UBES. Hoje, assim como a UMESPA, essas entidades estão contra os estudantes e são agências governamentais. Nós pretendemos fortalecer a CONLUTE - Coordenação Nacional de Lutas dos estudantes - como uma entidade democrática e de lutas. Para que isso aconteça, lutamos por mudar a sua direção e a sua política.

Torneio de futsal GEPA 2008 – II semestre masculino



CAMPEÃO: DE ARREGANHO FC
VICE: ACADEMIA DO MANGUE
3º LUGAR: PAVILHÃO 8


Durante o mês de novembro de 2008, o GEPA organizou o torneio de encerramento do ano letivo de 2008. No dia 5 de novembro às 18h30min realizamos uma reunião (aberta a todos os alunos) na sede do GEPA para definir a organização do torneio. Além da direção do GEPA estavam presentes outros 4 alunos que decidiram
que os jogos seriam realizados na quadra de futsal. Todos os alunos matriculados pode-riam participar do torneio (todos os técnicos e o en-sino médio) distribuímos as fichas de inscrições durante duas semanas e 17 equipes se inscreveram. Na manha do dia 21 já havia uma tabela no mural que informava os horários dos jogos de cada equipe e o regulamento da competição.
No dia 22 ocorreu a primeira fase. Em baixo da chuva os “atletas” se empenharam por suas equi-pes. Não teve muitas jogadas de efeito (ou por causa da chuva ou pela qualidade técnica dos jogadores) destaque para a vitória dos MECÂNICOS sobre o glo-rioso PAU NA XIMBICA por 10 a 1. As equipes que se classificaram jogaram a fase final no dia 29. Num dia ensolarado, aí sim tivemos grandes jogos. Muitos jo-gos foram decididos nos pênaltis, mostrando o equi-líbrio do torneio. Na disputa por 3º e 4º tivemos um grande confronto entre BIRO-BIRO E SEUS CAPANGAS contra o PAVILHAO 8. O jogo terminou empatado em 3 a 3, o que levou a decisão pros pê-naltis!!! Na decisão por pênaltis não deu pro BIRO-BIRO E SEUS CAPANGAS a medalha de bronze ficou mesmo com bom time do PAVILHAO 8.
Na grande FINAL do torneio tivemos mais um jogo equilibrado com duas grandes equipes. O DE ARREGANHO FC era a equipa do ágil goleiro Pedrinho e do eficiente pivô Alemão e a ACADEMIA DO MANGUE, liderada pelo fixo PALÁCIO e o ala Rato. O jogo foi equilibrado durante os dois tempos. Num empate dramático por 3 a 3 novamente a disputa o-correu nos pênaltis. Alemão converte o primeiro pê-nalti para o DE ARREGANHO FC. Rato tinha que mar-car para manter a ACADEMIA DO MANGUE na corrida, mas ele chutou pra fora. E assim o DE ARREGANHO se sagrou campeão do torneio de encerramento GEPA 2008.


Estamos programando o primeiro torneio de 2009 (a principio futebol 7) e contamos com a participação dos estudantes para organizar uma comissão de esportes que coordenará todas as atividades esportivas no PAROBÉ. Essa comissão seria para realizar orçamentos de materiais esportivos, bolas, arbitragem para campeonatos, medalhas, Com uma comissão de esportes seria possível realizar outros torneios como basquete, vôlei, e futsal feminino (tentamos ano passado, mas não teve 4 times femininos). Para isso precisamos que os alunos estejam envolvidos diretamente nas atividades do GEPA. Os alunos que se inte-ressarem devem comparecer na sala do GEPA para se inscrever.

A farsa da regulamentação dos estágios




No final de setembro do ano passado, foi sancionada pelo presidente Lula a lei nº 11.788, que dispõe sobre o estágio dos estudantes. Foram estendidos alguns direitos básicos aos estagiários, tais como férias, e regulado o tempo máximo de estágio, que agora passa a ser de dois anos em uma empresa. Além disso, foram estabelecidas cotas para portadores de deficiência (10% das vagas oferecidas pela empresa) e limitado o número de estagiários permitido em cada empresa. Porem não foi estabelecido nenhum piso salarial, ou bolsa auxilio mínima.

Foi feito um grande alarde através da mídia, como se o Estado atuasse no sentido de ampliar os direitos dos trabalhadores e estudantes. Contudo, o que deve ser discutido é o papel cumprido pelos estágios no capitalismo.

O estágio na verdade corresponde a negação de direitos básicos como: Salário mínimo, seguro desemprego, fundo de garantia, etc. Direitos estes conquistados pelos trabalhadores ao longo da história através de muita mobilização e luta. O estagiário apesar de desempenhar a mesma função de um trabalhador formal recebe uma bolsa auxilio inferior ao salário base da categoria.

O estágio é um presente para o patrão!

As empresas cada vez mais substituem os trabalhadores formais por estagiários para manterem ou aumentarem suas taxas de lucro, consequentemente a exploração sobre os funcionários.

Os estagiários precisam se organizar para lutar pelos seus interesses unindo-se aos demais trabalhadores, pois suas lutas têm origem em comum: os ataques dos patrões contra os empregados, ou, colocando de outra forma, os ataques do capitalismo. Este precisa reduzir os gastos sociais (saúde, educação, etc.) e retirar direitos históricos da classe trabalhadora para suprir as "necessidades" dos empresários: isenções em impostos, mão-de-obra barata, entre muitas outras coisas que só significam, para a imensa maioria da sociedade, maior miséria e degradação social.
Os trabalhadores regulamentados também são explorados, também lutam por melhores condições de trabalho e mais do que isso, têm em comum seu papel na produção: só têm sua força de trabalho para vender, e produzem sem controle sobre a produção. O interesse histórico dos trabalhadores e estagiários é a luta organizada pelos locais de trabalho, as mobilizações e a construção de um partido revolucionário, que lute pelo socialismo, pelo controle dos trabalhadores sobre os meios de produção. Só a luta pode mudar a vida dos explorados. Essa luta deve ultrapassar os limites econômicos, transformando-se em uma luta revolucionária contra o capitalismo e pelo socialismo.

Meia-entrada só pra 40%

Em 2006, foi aprovada uma lei que dava o direito à meia-entrada para estudantes. Inicialmente, a lei previa a meia-entrada em eventos culturais (shows, peças de teatro, exposições, circos, cinemas, etc.) e jogos esportivos, através da apresentação da carteira estudantil. As limitações eram sobre os eventos culturais realizados em finais de semana, ou que tivessem no máximo duas apresentações no município – para estes, seria concedido um desconto de apenas 10%.

No ano passado, porém, foram feitas alterações na lei. Limitou-se a disponibilidade de ingressos a 40%, com a desculpa de que assim seria possível baixar o valor dos ingressos (o que, como se pode notar, não ocorreu).

O cartão TRI dos grêmios dá direito à meia-entrada, sim!

Existe a grande questão sobre os cartões aceitos para a meia-entrada. Muitos lugares insistem em exigir o cartão TRI feito através da UMESPA ou UGES, ao invés de aceitar também os cartões feitos pelos grêmios estudantis e outras entidades. Hoje em dia, todos os cartões são feitos pela EPTC, e as entidades não confeccionam mais as carteiras – apenas encaminham os pedidos. Portanto, TODOS os cartões são ABSOLUTAMENTE IGUAIS, e TODOS devem ser aceitos EM QUALQUER LOCAL PREVISTO EM LEI.
Não podemos aceitar que este direito, embora não tenha sido conquistado com luta, seja cada vez mais restringido, até que voltemos à estaca zero – ou seja, sem meia-entrada e até sem os míseros 10% nos finais de semana. Só com luta podemos defender nossas conquistas, e os estudantes precisam se organizar para lutar. O GEPA está construindo o Conselho de Representantes de Turma, para que o Parobé tenha um movimento estudantil forte e conte com a participação de todos.
- Mostrar texto das mensagens anteriores -

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sobre o Conselho de Representantes de Turma

Este texto tem como objetivo explicar melhor a proposta do Conselho de Representantes de Turma (CRT), que foi uma de nossas bandeiras de campanha na eleição do ano passado, e que é uma de nossas tarefas mais importantes e que demandam maior esforço. Uma das responsabilidades de uma gestão consequente é deixar um saldo organizativo permanente, e o CRT é uma das formas de procurar cumprir com esta responsabilidade.

Desde que assumimos a direção do GEPA, procuramos integrar os estudantes às tarefas do mesmo. Esta integração é importante porque um grêmio estudantil, assim como qualquer outro organismo de classe (sindicatos, associações de moradores, entre outras) precisa do apoio, em primeiro lugar, e da cooperação, que está subordinada ao apoio, da coletividade a que representa. Não se consegue cumprir com as importantes tarefas que se impõe a essas entidades se não houver uma relação forte, de confiança, entre a direção e sua base.

Por isto, é importante que existam organismos em que a coletividade possa expressar suas vontades, seus desejos, em que possa expor suas dúvidas e seus anseios. Uma direção que não ouve os chamados de sua base não faz por merecer a confiança depositada em si. O CRT é isto, mas também é muito mais. É um organismo em que a direção é fiscalizada em suas ações, em que se faz um balanço da atuação da mesma. Além disto, é um espaço aberto para que novas lideranças surjam, impulsionando ainda mais a construção de um movimento estudantil forte no Parobé.

Por questões de espaço, não pudemos publicar uma explicação mais detalhada sobre esta proposta em nosso jornal. Como queremos que o estudante compreenda as propostas para que, movido por sua consciência, possa decidir sobre o melhor a ser feito, estamos lançando este texto. É importante frisar que o debate não está fechado, estamos apenas publicando, abertamente, algumas das conclusões a que chegamos através de nossas discussões internas.


DEMOCRACIA PELA BASE!


A democracia de base é um dos requisitos para que exista confiança entre uma direção e a coletividade que esta representa. A construção de organismos que funcionem como agentes desta democracia é uma prova de confiança da direção em sua base, assim como a eleição da direção é uma prova de confiança da base em sua direção.

O conjunto dos estudantes deve participar das discussões e decisões. Este é um passo importante, e sua construção pode ser lenta e difícil. Porém, é extremamente benéfico que isto aconteça, pois então se podem analisar as questões com maior precisão, pois se poderão medir melhor as forças disponíveis, e, a partir daí, atuar de forma adequada.

Na impossibilidade de se reunir a totalidade dos estudantes periodicamente (o Parobé possui por volta de 4000 alunos), um organismo como o CRT tem como objetivo possibilitar uma atuação do GEPA em conjunto com as turmas. Cada turma elege seu representante (com suplência), que, então, tem a responsabilidade de comparecer às reuniões do CRT, levando as reivindicações da turma, e informando a mesma das discussões do organismo. Os mandatos dos representantes possuem um diferencial: podem ser rapidamente revogados, por decisão da turma, e atribuídos a outro estudante, através de eleição direta, ou da forma que a turma considerar melhor. Ou seja, se um representante não está atuando como deveria, deve-se substituí-lo, pois o mesmo é a voz da turma no Conselho.

É importante notar também que o CRT não serve apenas como um “garoto de recados”, levando e trazendo mensagens. O CRT é um organismo também de decisão, e por isso é importante que o representante eleito esteja em sintonia com os desejos da maioria de sua turma. Por vezes, ocorrem eventos inesperados que exigem ações rápidas e firmes, o que impossibilita uma maior discussão sobre o que fazer a respeito. Nestes casos, é responsabilidade do CRT (se houver uma reunião em tempo hábil) e do GEPA decidir o que fazer e aplicar o que foi decidido. A tomada de decisão através do CRT não tira do GEPA o poder de decisão, mas antes, o descentraliza em diversas questões. O GEPA continuará decidindo sobre diversos assuntos, mas a idéia é de que, cada vez mais, as decisões sejam tomadas em conjunto.

Aqui entramos numa outra questão essencial: os balanços. Um balanço é, essencialmente, uma espécie de análise criteriosa sobre as ações que foram tomadas durante um determinado período, ou ainda, frente a um determinado acontecimento. Por exemplo, digamos que o xerox da escola venha apresentando problemas, como filas, pouca qualidade nas cópias, etc., e os estudantes demonstrem indignação a respeito do caso. O que se deve analisar no balanço? Se o CRT discutiu a questão, quais aspectos foram considerados mais urgentes, se tomou alguma decisão, e o que foi feito de forma prática. Da mesma forma, ações do GEPA serão fiscalizadas através do CRT – se, frente a este ou aquele acontecimento, o GEPA atuou de forma correta, ou, antes, se omitiu e não fez nada.

Com o progresso da construção pela base, podemos, com uma organização melhor e mais forte, exigir maior representatividade dos estudantes nas decisões sobre a escola. Somos os maiores interessados numa educação de qualidade, mas, infelizmente, somos também deixados de lado em toda e qualquer decisão sobre a administração da escola. Isto ocorre porque estamos desorganizados, e não temos a união necessária para representar uma força dentro da escola. Por exemplo, se estivéssemos organizados, poderíamos ter decidido, juntamente com os professores e a administração, sobre o conteúdo ensinado nos cursos técnicos, que passou por uma reformulação no último semestre.

Ou seja, guardadas as devidas proporções, podemos dizer que o projeto de um CRT é o de uma assembléia de deputados estudantis.


A TRADIÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL, AS TAREFAS ATUAIS

E A NECESSIDADE DA CONSTRUÇÃO PELA BASE


Devemos retomar a tradição de luta que caracterizou o Parobé, especialmente durante a luta contra a ditadura militar. Nos anos 70, os anos do terror da ditadura, o Parobé, juntamente com o Julinho e o Instituto de Educação, eram as grandes lideranças do movimento estudantil em Porto Alegre contra a ditadura militar. Esta trajetória foi bruscamente interrompida com o fechamento do GEPA por ordens do governo, e depois procurou-se impossibilitar sua retomada com uma “regulamentação” das atividades dos grêmios estudantis, já na época da “reabertura política”.

O caráter democrático das entidades estudantis foi substituído pela burocratização das mesmas, com o apoio da UNE (União Nacional dos Estudantes, “representante” do ensino superior) e da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, “representante” do ensino médio e técnico). Estas entidades hoje em dia não possuem mais a disposição de luta da época dos anos de chumbo, e apóiam os ataques do governo Lula ao ensino público, seja direta e abertamente, como no caso do REUNI, ou indiretamente, através de sua omissão. Além disso, hoje em dia não privilegiam mais a luta direta, única forma de obter conquistas duradouras para os estudantes, mas sim a luta parlamentar, institucional. Seus congressos hoje em dia servem apenas para ratificar as decisões já tomadas e aplicadas pela direção, sem uma discussão profunda dos assuntos de interesse da juventude e uma análise das necessidades dos estudantes.

A Conlute, que surgiu da necessidade de se construir uma entidade alternativa à UNE, tem se limitado a fazer chamados inconsequentes e irresponsáveis à “esquerda da UNE”, a FOE (Frente de Oposição de Esquerda), para que rompa com a entidade amiga de Lula. Pode-se fazer chamados a qualquer setor considerado progressivo (o que, em nossa opinião, não é o caso), mas não se pode, por conta disso, abandonar uma construção paralela, sistemática, tendo como alvo a vanguarda estudantil, que se renova frequentemente. A Conlute, atualmente, está “construindo” um congresso nacional de estudantes, ainda para o primeiro semestre deste ano, mas não se vê uma propaganda massiva do mesmo, e muitos estudantes ainda nem sabem que a entidade existe.

Outra questão que devemos lembrar é que, em período de crise econômica, como o que estamos passando, os ataques à educação pública (e aos outros serviços públicos, como a saúde e a Previdência Social) se intensificam, pois os governantes precisam ter uma fonte de onde retirar os subsídios aos empresários prestes a falir – e, surpresa, novamente os escolhidos para pagar a conta são o povo pobre, que depende destes serviços. Portanto, o período pelo qual passaremos nos próximos meses e anos deverá ser de muita luta, e grandes lutas. Porém, estas lutas exigirão que estejamos devidamente preparados – organizados, conscientes de nossas tarefas e dispostos a lutar para defender nossas conquistas. E esta preparação começa hoje.

Desejamos que o Parobé volte a ser a liderança que foi em outros tempos, para que nossas conquistas não sejam retiradas e para que conquistemos ainda mais. Chamamos a todos os estudantes para que sejam vanguarda nas lutas que se anunciam. É somente com muita luta que conseguiremos um futuro melhor.