Agradecimento da Chapa reeleita Avançar na Organização Consciência e LUTA!

Agradecemos todos aqueles que nos apoiaram durante a campanha, que divulgaram nossas propostas aos seus colegas, e aqueles que acreditaram e nos deram um voto de confiança para permanecermos mais um ano organizando conscientemente a luta dos estudantes e trabalhadores no Parobé. Porem precisamos dizer que não entendemos este processo eleitoral que vivenciamos como uma simples disputa entre propostas de estudantes. Entendemos como uma disputa entre um programa de luta em defesa e pela conquista de uma educação pública, popular, gratuita e de qualidade, contra a apatia e adestramento da consciência dos estudantes perante os ataques ao ensino público e aos trabalhadores, praticado pelos governos Lula, Yeda e Fogaça a serviço dos empresários. Em suma o que estava em jogo era os interesses históricos dos estudantes e trabalhadores versus os interesses dos empresários. Felizmente os estudantes do Parobé já estavam “precavidos” destes métodos e “promessas” e souberam distinguir entre os seus interesses e os de seus inimigos. No fim prevaleceu as propostas de uma gestão combativa, classista e independente para avançarmos na organização, consciência e luta.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O 1º de Maio e o fora Yeda!

O 1º de maio é uma data lembrada como o “dia do trabalhador”. Os patrões, as empresas, a mídia e as entidades sindicais governistas tentam transformar este dia em uma data comemorativa. Neste dia são promovidos shows e eventos de lazer. Esquecem-se, contudo, que o 1º de maio é um marco das lutas dos trabalhadores contra a exploração dos capitalista, e que não há muito há se comemorar, pois os trabalhadores estão pagando pelo preço da crise econômica com demissões e retirada de conquistas históricas. É comum vermos manifestações marcadas para este dia. Na maior parte das vezes, seus organizadores não as constroem entre a base das categorias de trabalhadores, e as limitam à participação da vanguarda, e, infelizmente, na maior parte das vezes são realizadas apenas para “cumprir tabela”, sem tarefas concretas.

Neste ano, excepcionalmente, não foi realizada nenhuma manifestação no dia. O motivo: há um ato do CPERS Sindicato (o sindicato dos professores do Rio Grande do Sul, cuja direção é formada por militantes do PT, PSOL e PSTU) reivindicando o “Fora Yeda”, no dia anterior, 30 de abril. Muitos já devem ter visto cartazes e propagandas na TV falando sobre a campanha, impulsionada principalmente por este sindicato. Contudo, o que está por trás desta campanha são os interesses eleitorais dos partidos que dirigem o CPERS.

Vamos fazer uma análise da questão. Aparentemente, o CPERS leva adiante a campanha por conta dos sucessivos ataques de Yeda à categoria. Todos devem se lembrar, por exemplo, da última greve, deflagrada por conta da recusa da governadora em aceitar os valores e “benefícios” exigidos pela categoria como piso salarial. Porém, apenas o “Fora Yeda” não é suficiente, pois apresentado assim simplesmente, dá a entender que um suposto governo do PSOL, do PSTU ou do PT poderia atender às reivindicações dos trabalhadores e deixar de atacar as suas conquistas.

Os ataques à educação pública não surgem da vontade deste ou daquele governante, mas das necessidades do próprio sistema capitalista. Este sistema existe para defender os interesses dos empresários, dos patrões, daqueles que são os donos dos meios de produção. Por conta do modo anárquico de produção deste sistema, a taxa de lucro das empresas tende sempre a cair, pois é produzido no mundo mais do que a demanda. Por conta disso, ocorrem os famosos “cortes de gastos” – e sempre quem sai perdendo nisso é, obviamente, o trabalhador, com demissões, métodos exploratórios como os bancos de horas, etc. Muitas vezes, isto não é suficiente, e as empresas afundam em dívidas. Quando isto ocorre em larga escala, acontece o que estamos vivendo hoje – uma crise econômica.

Nestes momentos, mais que nunca, para a alegria dos patrões, surgem milhões (muitas vezes bilhões) das mãos dos governos. Todo o dinheiro que os governos mentiam não ter para dedicar à educação, saúde, previdência, “magicamente” é colocado à disposição dos empresários falidos, para que liquidem suas dívidas. Os governos movem mundos para que os empresários não percam seus privilégios. Isto sem contar, claro, as isenções fiscais para as grandes multinacionais, que não precisam necessariamente de um momento de crise para existir.

Tudo isto tem um custo, é óbvio. O governo precisa, então, fazer como as empresas: cortar gastos. Diminui (ainda mais) a verba dos serviços básicos e ataca com maior ferocidade as conquistas dos servidores públicos. Por exemplo, para pagar os empréstimos junto ao Banco Mundial, a governadora Yeda acaba com o plano de carreira do magistério e “amontoa” o dobro da capacidade de alunos em uma sala de aula para manter mais professores desempregados.

A campanha do “Fora Yeda” é construída por via eleitoral, pois os partidos que a motivam, PSOL, PSTU e principalmente PT, a utilizam para fortalecer seus partidos para a próxima as próximas eleições. Deve-se lembrar, por exemplo, que Olívio Dutra, do PT, na época em que foi governador, também atacou os professores, que também fizeram greves durante seu mandato. O PSOL e o PSTU não governaram o Estado, mas por via eleitoral, jogando o jogo da burguesia, não seriam diferentes de todos os outros governos. Mesmo assim, estes partidos são culpados por, fazendo essa campanha de desgaste eleitoral do governo Yeda, levarem água ao moinho do PT em 2010.

Ao invés de denunciar apenas um governo, deve-se denunciar o sistema como um todo. Se quisermos ser verdadeiros com os trabalhadores, devemos destruir as ilusões que lhes são incutidas pelas direções pelegas,de que a troca de um governo por outro mudará a vida dos trabalhadores e estudantes. A campanha dos trabalhadores conscientes deve ser pela denúncia do capitalismo e pela organização dos trabalhadores em derrotar os ataques patrocinados por ele.

Para que tenhamos um governo que defenda os interesses da classe trabalhadora, é necessária, absolutamente necessária, a tomada do poder pela mesma. Mas é preciso, antes disto, um árduo trabalho de construção; em cada local de trabalho, em cada local de estudo, deve-se criar um movimento forte contra o capitalismo, denunciando este sistema explorador, e formando uma célula do poder operário. Este poder não consegue conviver indefinidamente com o poder da burguesia – cedo ou tarde, um ou outro precisará triunfar, pois a sobrevivência de um significa, necessariamente, a extinção do outro.

Isto é o que uma direção honesta diria aos trabalhadores. Isto é o que uma direção firme e decidida impulsionaria. Porém, por mais uma vez, no 1º de maio, a classe trabalhadora estará órfã de uma direção revolucionária.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O primeiro passo do Conselho de Representante de Turma já foi dado!

Nos dias 27 e 28 de abril, o Grêmio Estudantil do Parobé realizou dois encontros com os representantes de turma, para discutir a construção do Conselho de Representante de Turma. A princípio, este debate deveria envolver ambos os ensinos, Técnico e Médio. Porém, na última hora, a direção não liberou os representantes do Ensino Médio, alegando haver “um mal entendido na nossa solicitação para dispensar os representantes".

Apesar do contratempo, no encontro do dia 27, que se realizou no turno da noite, estiveram presentes 15 estudantes, representando 10 turmas. Depois de uma longa palestra da coordenadora do SOE, apenas para entregar uma pesquisa de satisfação interna para que os estudantes preenchessem (a qual será arquivada logo depois de entregue, como sempre), foi dado um informe sobre o projeto do CRT.

Foi colocado também que as reuniões até o momento eram convocadas pelo SOE pra resolver os problemas dentro da escola, porém este apenas canalizava o descontentamento dos estudantes, e logo depois arquivava os processos. Falou-se, ainda, que problemas como os que foram debatidos anteriormente (houve uma reunião do SOE com os representantes, que precedeu a nossa) como a falta de professores, falta de laboratórios, reformulação dos cursos, só será resolvido com a organização dos estudantes.

Logo depois se abriu espaço para perguntas, e todas giraram em torno do funcionamento e sobre qual o poder que este organismo teria frente à direção da escola. A resposta se deu no sentido de esclarecer que o funcionamento e o poder do CRT estavam subordinados à participação efetiva dos representantes, e que o poder de voz e ação do CRT estava direta e principalmente ligado à ampla participação dos estudantes.

Encaminhamos que marcaríamos uma nova reunião com uma maior propaganda, para que mais representantes estivessem presentes - principalmente os cursos de Estradas, já que são os mais atingidos com a falta de professores.

No dia seguinte (28 de abril) o encontro contava com 31 estudantes, representando 18 turmas do ensino técnico. Deram-se os mesmos informes da reunião do dia anterior. Ao se abrir o espaço para as perguntas, ao longo da discussão, vários problemas foram levantados, dentre os quais se destacam o preço do bar da escola, as catracas (que agora passaram a restringir a entrada e saída dos alunos menores de idade), problemas com professores e falta de professores, o "Xerox", sucateamento dos laboratórios, etc.

Diante da diversidade das reivindicações, foram identificadas duas com maior urgência de serem encaminhadas. São elas a falta de professores e o sucateamento dos laboratórios, e a questão das catracas.

Para isso foi proposto que se criasse comissões, para encaminhar uma solução. A proposta foi questionada por uma representante, pois boa parte dos presentes da reunião já havia dispersado, e, segundo ela, estes teriam direito de participar das comissões ou votar a favor ou contra a criação das mesmas. A este questionamento, foi respondido que, no momento em que os demais presentes a reunião se retiraram, estes se abstiveram de sua participação, inclusive da votação. Feita a votação, houve 3 votos contra a criação das comissões e cerca de 20 votos a favor.

A formação das comissões foi feita espontaneamente, ficando então compostas de 4 membros cada. Formaram-se as seguintes comissões: Comissão das Catracas e Comissão da Falta de Professores e Laboratórios. Ficou encaminhado também que faremos outro encontro, desta vez com a participação do Ensino Médio, semana que vem.